A segurança energética é um dos pilares de qualquer nação que pretenda crescer com soberania.
No Brasil, esse debate precisa sair do campo ideológico e ser conduzido com responsabilidade, visão de longo prazo e compreensão técnica da realidade:
- Não basta apenas gerar energia;
- É preciso gerar energia de forma estável, acessível, limpa e estratégica.
As hidrelétricas representam uma base sólida para a nossa matriz energética:
- Embora seu custo de construção seja alto e seus impactos iniciais demandem planejamento ambiental;
- São fontes renováveis, confiáveis e multifuncionais que, além de gerar energia, ajudam na regulação da vazão dos rios, reduzem enchentes e secas, favorecem o transporte fluvial e ainda permitem projetos de piscicultura e desenvolvimento regional.
O Brasil, com sua vasta rede hidrográfica, tem um potencial ainda subutilizado nesse campo: ignorar essa vocação é desperdiçar uma vantagem competitiva natural.
Por outro lado, As usinas termelétricas, ainda usadas como alternativa de “emergência” no Brasil, ilustram uma escolha cara e poluente:
- Baseadas em combustíveis fósseis, com seus impactos ambientais, cujo argumento para serem acionadas – é o uso em momentos de escassez de água nos reservatórios;
- Além do impacto ambiental, outro problema das térmicas é que seu custo por megawatt é elevado.
Ao recorrer às térmicas, estamos penalizando o consumidor com tarifas mais altas e contribuindo com o agravamento da crise climática.
Ou seja, é uma solução imediatista que compromete o futuro.
Já as usinas nucleares, por sua vez, precisam ser retiradas do campo da desinformação e compreendidas como parte essencial de um sistema moderno e equilibrado:
- A tecnologia nuclear atual é segura;
- Com protocolos rígidos de operação e contenção.
Embora o custo de implantação das usinas nucleares seja elevado, o custo de operação é relativamente baixo, e sua capacidade de gerar energia estável e limpa é fundamental:
- Energia nuclear não depende do clima e pode operar ininterruptamente por longos períodos;
- O que a torna uma aliada estratégica da soberania energética nacional.
Fontes eólica e solar têm seu papel, especialmente na diversificação da matriz e na geração descentralizada.
Contudo, sua intermitência natural (o sol não brilha à noite e o vento não sopra sempre) exige respaldo de fontes firmes — como hidrelétricas com reservatórios ou usinas nucleares:
- Além disso, seu crescimento desordenado pode gerar instabilidade no sistema;
- Dificuldades na transmissão e impactos ambientais locais — como a ocupação de áreas sensíveis por fazendas solares ou a instalação de aerogeradores em zonas de preservação ou rotas migratórias de aves, e até mesmo danos para os habitantes locais.
A resposta, portanto, não está na exclusão de nenhuma fonte, mas na construção de um modelo integrado, em que cada tipo de geração cumpra uma função específica, estudados caso a caso e de forma a compreender a realidade do país como um todo.
Para o Brasil, isso significa investir prioritariamente em novas hidrelétricas com reservatórios e também em usinas nucleares, complementadas por fontes renováveis intermitentes de forma planejada e racional, e a libertação da necessidade do uso de usinas térmicas:
- Isso garante estabilidade, sustentabilidade e controle nacional sobre a energia;
- Base essencial para o crescimento industrial, o barateamento da tarifa e a proteção do meio ambiente.
Definir a matriz energética não é apenas uma decisão técnica: é uma escolha política com profundo impacto social, econômico e ambiental.
O Brasil tem tudo para liderar um modelo energético limpo, confiável e soberano. Basta agir com inteligência e coragem.
Mais do que uma necessidade técnica, a definição da matriz energética é uma decisão de soberania nacional.
Países que abrem mão do controle sobre sua geração e distribuição de energia se tornam reféns de interesses externos, de crises internacionais e de pressões de mercado.
O Brasil não pode cometer esse erro.
Com planejamento, investimento em fontes firmes e independência tecnológica, podemos construir uma matriz energética que sirva ao povo brasileiro — e não aos lucros de curto prazo ou a modismos descolados da realidade nacional.
É hora de tratar energia como o que ela é: infraestrutura estratégica, instrumento de desenvolvimento e pilar da soberania.
O Brasil pode — e deve — liderar, nesse contexto, pelo exemplo.