O Nordeste brasileiro acaba de retomar uma posição estratégica no cenário econômico do país, tornou-se, mais uma vez, o segundo maior mercado consumidor do Brasil, superando a região Sul:
- Em 2025, as famílias nordestinas devem movimentar mais de R$1,5 trilhão, segundo a consultoria IPC Maps;
- Um marco histórico que simboliza o vigor de uma economia regional em transformação.
Esse avanço não é um dado isolado, mas resultado de um conjunto de fatores estruturais:
- Crescimento da renda, expansão do crédito, investimentos em energia, infraestrutura, turismo, tecnologia e educação;
- Além de uma população jovem e urbana com forte capacidade de consumo.
O Nordeste está mais conectado, produtivo e industrializado do que há décadas — e os dados em conjunto, não apenas de estados como Bahia, Ceará e Pernambuco, reforçam essa virada.
A Bahia ocupa papel estratégico com um dos maiores polos petroquímicos da América Latina, localizado em Camaçari, e um setor industrial diversificado que inclui indústrias química, farmacêutica, de transformação e automotiva:
- Enquanto sua capital, Salvador, é também um dos principais polos turísticos do país;
- Com enorme valor histórico-cultural e uma base logística forte com os portos de Aratu e Salvador.
No Ceará, o crescimento do PIB foi de 6,49% em 2024, puxado pela agropecuária e indústria:
- O estado lidera o país em energia renovável;
- E projeta-se globalmente com seu polo de hidrogênio verde no Porto do Pecém, agora conectado diretamente à China;
- Sendo Fortaleza, com sua costa paradisíaca e infraestrutura turística moderna, uma das cidades mais visitadas do Brasil.
Pernambuco, por sua vez, registrou seu maior crescimento de PIB em 15 anos (4,9%), com protagonismo para o Complexo Industrial Portuário de Suape, a fruticultura irrigada no vale de São Francisco, o Polo Automotivo de Goiana (um dos mais avançados do mundo) e a fábrica de Hemoderivados no mesmo município, além do Porto Digital do Recife, referência em inovação e economia criativa, e os tradicionais setores da pecuária e agrocanavieiro:
- Recife, berço do Exército Brasileiro, com sua rica herança cultural, praias exuberantes e vida urbana vibrante;
- Também é um dos destinos turísticos mais dinâmicos da região e do Brasil.
No Maranhão, localiza-se o Centro Espacial de Alcântara, os lençóis maranhenses (um dos parques naturais mais belos do mundo) e o Porto de Itaqui que se consolida como um dos mais eficientes do país, integrando o Arco Norte à logística nacional e preparando-se para atender a demandas de combustíveis limpos:
- A capital, São Luís, é um centro turístico-cultural com forte presença afro-indígena;
- E o seu patrimônio arquitetônico é singular.
Bahia, Ceará, Pernambuco e Maranhão são exemplos de uma transformação produtiva regional profunda:
- Mas o Nordeste é muito mais que suas maiores economias;
- É uma região integrada por ativos naturais e humanos de imenso valor.
O Piauí destaca-se pela exploração de minérios estratégicos — como ferro, níquel, calcário e fósforo —, que ganham relevância diante da demanda por insumos industriais e agrícolas:
- Com infraestrutura crescente e posição geográfica favorável;
- O estado se projeta como novo polo mineral do Nordeste.
A Paraíba vem diversificando a economia nos últimos anos, com avanços importantes nos setores de tecnologia, energia renovável e agroindústria:
- A sua capital, João Pessoa, sedia um polo emergente de inovação, com startups em expansão e incentivo à economia criativa, conectando-se ao ecossistema digital do Nordeste;
- E o polo têxtil de Campina Grande é um dos mais tradicionais do país.
O Rio Grande do Norte, tem uma economia fortemente conectada à geração de energia limpa, ao turismo e à produção de sal e petróleo:
- O estado responde por mais de 90% da produção de sal do Brasil, com grande importância para a indústria química e alimentícia;
- E a exploração de petróleo e gás em terra, embora menos expressivo que no passado, ainda representa um peso relevante para a arrecadação estadual e para a economia de cidades-polo como Mossoró.
Sergipe, apesar de ser o menor estado do Brasil em território, tem uma economia diversificada e com ativos estratégicos em energia, indústria e agropecuária:
- O estado desponta como um novo polo energético, com a exploração de gás natural;
- A produção de laranja e outras frutas tropicais é destaque na região do agreste, com forte presença de pequenas e médias propriedades;
- E a indústria de fertilizantes e química com a presença da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFENE) exerce função estratégica para a segurança alimentar nacional.
Enquanto o estado de Alagoas, além da agroindústria canavieira, tem no setor de turismo um forte vetor da sua economia – com grande crescimento da rede hoteleira, gastronomia, ecoturismo e turismo de eventos:
- Tendo a região metropolitana de Maceió um parque industrial relevante;
- No qual destaque-se o setor químico, alimentício e de bebidas.
No setor turístico, as capitais nordestinas vivem um novo ciclo de expansão. O turismo é uma verdadeira matriz econômica para a região, com potencial de geração de emprego, renda e desenvolvimento sustentável, onde destacam-se:
- Natal (RN), com suas dunas e litoral preservado, atrai turistas do mundo inteiro com destaque para o ecoturismo e esportes de aventura;
- Maceió (AL), com águas cristalinas e arrecifes, modernizou sua infraestrutura e se tornou um dos destinos mais procurados do país;
- João Pessoa (PB), com seu crescimento planejado e praias tranquilas, se firma como destino de qualidade de vida e turismo consciente;
- São Luís (MA), com seu centro histórico reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO, e a proximidade com os Lençóis Maranhenses, um dos destinos naturais mais extraordinários do mundo;
- Teresina (PI), que tem se projetado como destino cultural e de eventos, com destaque para a gastronomia regional, festivais de música e artes integradas, além de ser um polo de serviços e conexões com o turismo ecológico no sul do estado;
- E Aracaju (SE), com belezas naturais, uma orla espetacular, tranquilidade e boa mobilidade, atrai turismo familiar e de bem-estar, além de investimentos crescentes.
Essas cidades somam-se a Recife, Fortaleza e Salvador na formação de um corredor turístico costeiro de escala internacional, com conectividade aérea crescente, hospitalidade reconhecida e diversidade cultural ímpar.
Portanto, com portos de classe mundial, polos industriais, infraestrutura turística, ativos minerais e fontes energéticas renováveis, o Nordeste já possui uma base sólida para liderar a transição econômica do Brasil.
Mas para transformar esse potencial em um novo ciclo de desenvolvimento sustentável e soberano, é preciso ir além do diagnóstico – e algumas ações devem ser priorizadas, tais como:
- Acelerar a integração logística e ferroviária, concluindo e expandindo corredores como a Transnordestina, conectando interior e litoral, e ligando os portos da região às grandes rotas nacionais e internacionais;
- Transformar o Nordeste em um hub global de hidrogênio verde, fomentando investimentos em usinas, marcos regulatórios e parcerias internacionais para liderar o novo mercado energético;
- E fortalecer os seus polos industriais, tecnológicos, petroquímicos e digitais.
Além disso, é preciso consolidar e expandir zonas estratégicas como Camaçari (BA), Suape (PE), Pecém (CE) e Porto Digital (PE) – e fomentar novas redes industriais em estados como Paraíba, Sergipe, Piauí e Maranhão e dinamizar e integrar o turismo regional:
- Criando rotas integradas entre as capitais;
- Melhorando a conectividade aérea e terrestre;
- Qualificando a mão de obra;
- E ampliando a promoção internacional dos destinos nordestinos.
O novo Brasil que emerge da crise precisa reconhecer que o seu motor pode voltar a girar com força a partir do Nordeste – e a hora é de garantir voz, orçamento e prioridade política para a região nas decisões nacionais:
- Os números mostram a força da região;
- Os portos se conectam ao mundo;
- A tecnologia se espalha pelos centros urbanos;
- Os recursos naturais apontam para o futuro;
- E o povo nordestino, com sua força criativa e resistência, tem toda a capacidade para impulsionar um novo Brasil.
Enfim, o futuro Pujante do Brasil passa pelo aproveitamento pleno do potencial do Nordeste — e quanto mais cedo compreendermos isso, mais justo, soberano e sustentável será nosso caminho como Nação e Potência Econômica de destaque global.