O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco do BRICS, acaba de avançar com um projeto estratégico: o financiamento de R$3,8 bilhões para a modernização dos Correios.
À primeira vista, pode parecer apenas uma atualização tecnológica de uma estatal.
Mas, na realidade, estamos diante de uma engrenagem crucial para a soberania nacional e para um novo ciclo de desenvolvimento do Brasil:
- Em um mundo onde o domínio da logística e dos dados se concentra em poucas big techs globais;
- O fortalecimento de uma empresa pública com capilaridade nacional como os Correios representa uma escolha soberana.
O financiamento do BRICS, diferente das imposições de instituições tradicionais do sistema financeiro internacional, não vem condicionado à privatização ou ao enxugamento do Estado. Ao contrário:
- Apoia a modernização com protagonismo nacional;
- Impulsionando investimentos públicos em áreas estratégicas.
Com essa modernização, os Correios se preparam para disputar espaço em um mercado dominado por gigantes internacionais como Amazon, Mercado Livre, FedEx e DHL.
No entanto, a lógica que rege essas empresas privadas é diferente: seu foco está nos grandes centros urbanos e nas rotas mais lucrativas, deixando vastas regiões do Brasil sem cobertura ou com preços proibitivos:
- Os Correios, por outro lado, têm presença em 100% dos municípios brasileiros;
- O que os torna a espinha dorsal da logística nacional — e o único operador com verdadeira função de integração territorial.
Essa presença em todo o território nacional faz dos Correios um ator estratégico não apenas para o e-commerce, mas para a inclusão digital, o fortalecimento do comércio local e a interiorização do desenvolvimento:
- A modernização dos sistemas, centros de distribuição e infraestrutura logística permitirá que a estatal se torne mais eficiente;
- Ampliando sua capacidade de atender à crescente demanda por serviços de entrega rápidos, seguros e acessíveis.
Além disso, o projeto trará consigo a geração de milhares de empregos qualificados, tanto diretamente na estrutura dos Correios quanto indiretamente, em empresas de tecnologia, transporte, engenharia e manutenção.
Essa é mais uma resposta concreta do Governo no Lula à crise do emprego e da precarização imposta por anos de desindustrialização e políticas neoliberais que atacaram o Estado como indutor do crescimento.
- Ao contrário das big techs, que muitas vezes operam com regimes de trabalho precarizados, isenções fiscais bilionárias e remessa de lucros para o exterior;
- Os Correios representam uma cadeia de valor nacional, com distribuição de renda, pagamento de impostos no Brasil e compromisso com o desenvolvimento do país como um todo;
- E mais, onde as empresas privadas enxergam apenas “mercado”, os Correios veem cidadãos.
Ao invés de desmontar o patrimônio público, o governo acerta, da mesma forma que acertou na decisão quanto ao controle nacional da Avibras, ao apostar na recuperação e fortalecimento dos Correios:
- E o apoio do Banco do BRICS simboliza um novo tipo de parceria internacional;
- Onde o desenvolvimento não está atrelado a cortes sociais, mas à ampliação de capacidades nacionais.
Estamos falando, portanto, de um projeto com múltiplas dimensões, que eleva a competitividade da logística brasileira, fortalece uma estatal estratégica, combate a exclusão territorial, dinamiza a economia e, sobretudo, reafirma a soberania do Brasil sobre suas redes de infraestrutura e comunicação.
Modernizar os Correios não é apenas uma medida de gestão — é um passo geopolítico. É o Brasil dizendo que quer crescer com dignidade, com inclusão e com autonomia em benefício de sua população.