É fundamental estabelecer uma distinção clara entre o respeito devido a uma figura pública e a crítica legítima a suas ações enquanto gestora.
Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente, merece todo o respaldo institucional e humano contra qualquer tipo de misoginia, ofensa pessoal ou tentativa de deslegitimação de sua trajetória por motivos que não dizem respeito à política pública. Entretanto, é igualmente essencial apontar, com firmeza, os equívocos e os danos causados por uma visão ambientalista que, em nome de princípios abstratos, trava o desenvolvimento concreto do Brasil — especialmente da região Norte e da Amazônia.
A paralisação da pavimentação da BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), é um dos exemplos mais simbólicos dessa lógica de isolamento sob o pretexto de “preservação”:
- Milhões de brasileiros continuam dependentes de um modal rodoviário precário, caro e ineficiente;
- Enquanto as elites urbanas principalmente do Sudeste e do exterior impõem, de longe, seus códigos ambientais desconectados da realidade amazônica.
Ao barrar a estrada, o ministério ignora a importância estratégica dessa ligação para a integração nacional, o escoamento da produção e o acesso a serviços públicos de qualidade:
- Da mesma forma, o boicote sistemático a projetos de infraestrutura hídrica, como barragens e eclusas;
- Contribui para a estagnação econômica e a perda de oportunidades para o povo da região.
A construção de barragens sustentáveis e eclusas para navegação fluvial poderia integrar a Amazônia ao restante do país com custos logísticos muito menores e impactos ambientais manejáveis — como já ocorre em diversas regiões do mundo:
- No entanto, sob a ótica rígida do ambientalismo ideológico, qualquer intervenção é sempre vista como uma ameaça;
- Mesmo quando ela representa mais soberania, mais desenvolvimento e melhor qualidade de vida para a população local.
A defesa do meio ambiente é, sim, uma necessidade civilizatória. Mas não pode ser usada como escudo para impedir o progresso de regiões inteiras do país:
- A sustentabilidade não pode se reduzir a uma agenda de contenção e proibição;
- Deve ser, ao contrário, a alavanca de uma nova etapa do desenvolvimento brasileiro — que integre justiça social, infraestrutura moderna e uso racional dos recursos naturais.
Respeitar a ministra Marina Silva, não significa silenciar diante de uma política ambiental que, longe de proteger o país, perpetua desigualdades, abandona o Norte ao atraso e impede o Brasil de ser grande: o Brasil precisa deixar de ser refém de uma ecologia punitiva que nega alternativas ao povo em nome de um purismo ambiental desconectado da realidade.
É hora de uma virada corajosa, que enfrente o desafio do desenvolvimento com responsabilidade ambiental, mas também com responsabilidade social, econômica e territorial.
- A Amazônia não pode continuar sendo um santuário intocável para agradar interesses externos;
- Enquanto seu povo segue isolado e esquecido.
O verdadeiro compromisso com o meio ambiente começa com o compromisso com as pessoas que nele vivem. E isso exige mais do que discursos: exige ação, ousadia e visão de futuro.