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As Mentiras Sobre as Estatais e o Silêncio Cúmplice sobre o Rentismo

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Não é de hoje que setores da mídia corporativa, do mercado financeiro e da elite rentista tentam fabricar uma narrativa de “rombos bilionários” nas estatais brasileiras.

Com manchetes alarmistas e análises enviesadas, procuram convencer a população de que essas empresas seriam focos crônicos de ineficiência, corrupção e desperdício de recursos públicos.

Mas o que não contam — e deliberadamente escondem — é que o verdadeiro buraco está em outro lugar:

  • No rentismo desenfreado;
  • Na submissão da política econômica aos interesses do sistema financeiro internacional;
  • E na manutenção de uma dívida pública jamais auditada, que saqueia os recursos públicos que deveriam estar sendo utilizados para melhorar a infraestrutura do país – e melhorar a educação, a saúde e a qualidade de vida da população.

Vamos aos fatos. As empresas estatais federais brasileiras lucraram mais de R$240 bilhões apenas em 2023, conforme dados do Ministério da Fazenda:

  • A Petrobras, mesmo após o desmonte iniciado no governo anterior, lucrou R$ 124,6 bilhões no ano passado;
  • O Banco do Brasil teve lucro recorde de R$ 35,6 bilhões;
  • E a Caixa Econômica Federal, mesmo focada em crédito social, teve um lucro líquido ajustado de R$ 11,7 bilhões. 

Esses números desmontam a fábula dos “rombos” e mostram que, quando bem administradas e com foco no interesse nacional, as estatais são altamente lucrativas — e mais importante, são estratégicas:

  • Ou seja, além de má fé, há um “equívoco” ainda mais profundo nessa discussão;
  • O papel das estatais não é gerar lucro financeiro, apesar de costumeiramente gerarem bastante lucros.

As estatais existem para promover o desenvolvimento, garantir serviços essenciais, impulsionar a industrialização e reduzir desigualdades – e obter lucro é um bônus, não o objetivo central da existência das estatais:

  • A Petrobras não foi criada para enriquecer acionistas, mas para garantir a soberania energética;
  • A Caixa não existe para competir com bancos privados, mas para financiar a casa própria do povo, o saneamento, as pequenas empresas e a agricultura familiar;
  • E a Eletrobras, antes de ser privatizada, levava energia elétrica até os rincões mais remotos do país, onde nenhuma empresa privada teria interesse em atuar.

Portanto, quando nos fazem olhar para supostos “rombos” nas estatais, é para esconder que silenciam sobre o verdadeiro dreno das finanças públicas:

  • O sistema da dívida pública, que consumiu, em 2023, mais de R$1,9 trilhão em pagamento de juros e amortizações — mais da metade do orçamento federal;
  • Valor transferido diretamente dos cofres públicos para os bolsos de rentistas nacionais e estrangeiros:

O mais grave, é que trata-se de uma dívida nunca auditada, que cresce continuamente com os juros mais altos do mundo:

  • Uma dívida apresentada como “algo natural”;
  • Mas que está no centro das dificuldades relacionadas a nossa capacidade de investir no desenvolvimento do país.

Os custos sociais desse modelo são imensos:

  • Sucateamento dos serviços públicos;
  • Falta de investimento em infraestrutura;
  • E estagnação da indústria, desemprego estrutural e aprofundamento da desigualdade. 

Enquanto isso, os bancos batem recordes de lucros. O sistema financeiro vive da especulação com títulos da dívida e da manutenção artificial de uma taxa Selic elevada, que trava o crescimento, encarece o crédito e impede a retomada da economia real:

  • Essa é a engrenagem do rentismo – um sistema parasitário que mantém o Brasil ajoelhado -, subordinado à lógica do capital improdutivo;
  • Onde o Estado deixa de ser um instrumento de transformação econômica e social para se tornar um repassador de parte significativa dos recursos públicos a privilegiados parasitas no topo da pirâmide social.

É por isso que atacam as estatais:

  • Por que elas representam, na prática, a possibilidade de outro modelo de país;
  • Um modelo baseado na soberania e no desenvolvimento nacional inclusivo.

Enfim, acobertados pelo silêncio cúmplice daqueles que ocupam espaços privilegiados na mídia e nos governos, usam e abusam do poder para implementar e impulsionar a entrega do patrimônio nacional em nome de uma falsa modernidade – que impiedosamente destrói a possibilidade de futuro soberano ao Brasil.

Chega de mentiras!

Está na hora do país enfrentar o verdadeiro rombo: o rentismo institucionalizado, a dívida pública impagável, a austeridade seletiva que só se aplica ao povo, mas nunca aos banqueiros.

É hora do país retomar o controle do Estado:

  • Reconstruir nossa capacidade de planejamento;
  • E colocar as estatais a serviço do Brasil — não do mercado.

Defender as estatais não é apenas uma questão ideológica. É um ato de resistência ao desmonte do Estado brasileiro e à perpetuação de um sistema que condena gerações inteiras à pobreza enquanto poucos acumulam fortunas sem nada produzir.

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