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Porto seguro para professores e pesquisadores de Harvard num APL universitário no Brasil, por Jose Carlos de Assis

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José Carlos de Assis
José Carlos de Assis
Economista, doutor em Engenharia de Produção pela UFRJ, professor de Economia Internacional na Universidade Estadual da Paraíba e autor de mais de 20 livros sobre economia política.

Original em: https://www.tribuna.com.br/materia/239rio-de-janeiro/jose-carlos-de-assis/porto-seguro-para-professores-e-pesquisadores-de-harvard-num-apl-universitario-no-brasil.html

Artigo para o movimento “Vamos Fazer o Brasil Grande de Vez”.

É evidente que qualquer país, e certamentetambém o Brasil, gostaria de atrair para seu território e suas universidades os cérebros que Donald Trump está expulsando dos Estados Unidos.

O problema, no caso brasileiro, é que não temos dinheiro para pagar salários suficientes para atrair professores e pesquisadores de altíssimo nível, não apenas de Harvard, mas também de outras universidades norte-americanasperseguidas por Trump.

Contudo, recorrendo ao “jeitinho brasileiro”,podemos formular um projeto para trazer para nosso País, com remuneração adequada, esses cérebros disputadíssimos no mercado acadêmico e científico mundial.

Basta organizar um Arranjo Produtivo Universitário Internacional (APUI), na forma que sugerimos para enfrentar a crise financeira das universidades federais do País, mediante arranjos universitários onde os integrantes são sócios, e remuneram a si mesmos com seu próprio trabalho.

O APUI não seria diferente do modelo que estamos propondo para a UFRJ e outras universidades federais.

Professores, pesquisadores, cientistas e profissionais de apoio seriam sócios trabalhadores do Arranjo, mediante compromisso de entrega de trabalho em tempo determinado, sendo o ativo inicial financiado por investidores nacionais e estrangeiros, que também se tornariam sócios dele com direito a ações proporcionais a seus investimentos. 

Com a internet, conforme mostro adiante, não haveria qualquer dificuldade operacional de gestão.

O investimento no APUI para a constituição da correspondente Sociedade Anônima e o ativo fixo deve  reunir, para ter efeito simbólico, cincosócios financiadores que dariam ao projeto o caráter de uma entidade internacional voltadaefetivamente para a paz: uma universidade norte-americana (Harvard) e outra chinesa, investidores privados das comunidades judaica e árabe, entrando o Brasil como quinto financiador mediante integração com os ativos do APL da UFRJ.

Independentemente de seu tamanho e da distância entre suas unidades, qualquer APL, recorrendo aos recursos da internet, pode acompanhar em tempo real as etapas de sua atividade, seja do lado dos custos seja das receitas.

 E isso vale tanto para os sóciostrabalhadores quanto para administradores e associados independentes, desde que equipados com um token conectado à plataforma digital. 

Os sócios trabalhadores – no caso, professores, pesquisadores, cientistas e profissionais de apoio – assumem um compromisso de oferta de trabalho por determinado tempo, recebendo em troca ações ordinárias igualitárias da Sociedade Anônima que representa o Arranjo.

 Os salários iniciais devem ser definidos por categorias profissionais.

O salário final é uma soma do salário inicial básico da categoria com os dividendos das ações possuídas.

Os custos operacionais correspondem à remuneração global dos sócios trabalhadores e às despesas de conservação, reforma e eventual expansão do ativo imobilizado, quando essencial para as atividades do APUI.

Trata-se de um sistema largamente mais justo que a relação trabalhista que existe normalmente no mundo capitalista onde o patrão concentra renda e riqueza, embolsando a mais valia produzida pelo trabalhador.

O sistema é mais justo também no que diz respeito à redução das desigualdades que prevalecem no capitalismo.

À divisão igualitária das ações para os participantes do Arranjo somam-se os dividendos dessas ações também numa base igualitária.

A desigualdade só aparece na definição dos salários individuais por categorias profissionais.

Isso, porém, é mitigado no campo das relações acionárias.

Agora vejamos pelo lado das receitas.

Imaginem os bilhões de dólares que viriam para o Brasil gastos por todo o mundo para ter aulas com a elite do professorado do planeta, como acontece hoje com Harvard.

Imaginem o número de patentes produzidas e registradas no Brasil, anualmente, por centenas de pesquisadores que se encontram na fronteira do avanço tecnológico. 

Imaginem, por outro lado, o avanço industrial brasileiro resultante da articulação de nossa indústria com pesquisadores de primeiro nível que procurarão meios para escapar da atmosfera sufocante do reinado regressivo de Donald Trump, que arrasta os Estados Unidos para trás.

Num ambiente livre de preconceitos, como o Brasil, esses pesquisadores se sentiriam bem mais à vontade para fazer seu trabalho de forma cooperativa com seus pares do resto do mundo, sendo devidamente remunerados pelo APUI.

Em termos físicos, o Arranjo Produtivo Universitário Internacional, que forneceria a base para a Universidade Mundial da Paz, teria de ter acomodações para no mínimo 20 mil alunos, não menos que 2 mil sendo professores, pesquisadores, cientistas e profissionais de apoio.

Para acomodar os alunos estrangeiros seria necessário construir uma rede de prédios em local vinculado à UFRJ, que, como sugerido acima, se capitalizaria com a cessão de terrenos e imóveis próprios à Sociedade Anônima do Arranjo.

  

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