A fábrica da Stellantis em Goiana, Pernambuco, está deixando de ser apenas um centro de produção de veículos para se tornar um novo polo de inovação tecnológica no Brasil — e, o que é ainda mais significativo, fora do eixo tradicional Centro-Sul/Sudeste.
Com investimentos robustos de aproximadamente R$15 bilhões e foco em tecnologias limpas, a planta pernambucana foi escolhida para desenvolver e produzir os novos motores a etanol de alta eficiência:
- Incluindo versões turbinadas e híbridas;
- E com capacidade de atingir até 30 km/l.
Essa linha de motores representa um salto tecnológico ao integrar o etanol — combustível limpo, renovável e brasileiro — a soluções de desempenho e eletrificação que se alinham com as metas globais de descarbonização:
- Não se trata apenas de inovação no produto final;
- Mas na cadeia de conhecimento, engenharia e sustentabilidade.
A escolha de Goiana (PE) como sede para o desenvolvimento dessas tecnologias disruptivas representa um reconhecimento das capacidades do Nordeste brasileiro, tradicionalmente excluído dos grandes projetos industriais de ponta:
- A planta já opera com abastecimento exclusivo de etanol nos veículos flex que saem da linha de produção, reduzindo emissões e sinalizando um compromisso ambiental desde a origem;
- Os modelos Jeep Renegade, Compass, Commander e Fiat Toro com motorização T270 Flex são os primeiros a incorporar essa nova diretriz.
Esse movimento pode representar uma virada estratégica para a desconcentração do mapa da inovação industrial no Brasil:
- A Stellantis, ao apostar em Goiana, contribui para a descentralização do desenvolvimento tecnológico;
- E dá um passo importante para integrar o Nordeste à nova economia verde e digital.
Em um país tão marcado por desigualdades regionais, esse movimento é simbólico — e estratégico — com um polo industrial do porte de Goiana liderando o caminho em soluções sustentáveis e inovação automotiva:
- Com apoio contínuo de políticas públicas e investimentos privados, como esse;
- Não apenas Pernambuco, mas todo o Nordeste, pode se consolidar como um centro de referência nacional e internacional na mobilidade limpa.
Enfim, a fábrica da Stellantis está provando que o futuro do Brasil também pode (e deve) ser construído também a partir do Nordeste — não apenas com etanol, tecnologia e inteligência brasileira:
- O que está se desenhando em Goiana não é só a fabricação de novos motores;
- Mas o surgimento de uma nova mentalidade industrial no Brasil — tropical, descentralizada e tecnologicamente ambiciosa.
A convergência entre etanol, eletrificação, automação, conectividade e inteligência embarcada aponta para algo maior — o Nordeste como protagonista de uma nova engenharia nacional:
- A planta da Stellantis é apenas o começo;
- Se houver coragem política e visão estratégica, Goiana e muitas outras cidades do Nordeste podem catalisar um ecossistema de inovação que transcendem a indústria automobilística;
- Com centros de pesquisa, startups, escolas técnicas e universidades atuando em rede para criar soluções em mobilidade inteligente, materiais verdes, logística autônoma e manufatura avançada.
Em todo o Nordeste, não apenas em Pernambuco, pululam investimentos semelhantes que sinalizam uma mudança estrutural em curso na geografia do desenvolvimento industrial e tecnológico do Brasil:
- Na Bahia, a BYD está implantando um complexo industrial de veículos elétricos em Camaçari, com foco em exportação e geração de milhares de empregos qualificados;
- No Ceará, o Porto do Pecém vem se consolidando como um hub de hidrogênio verde, atraindo empresas globais para projetos de energia limpa, além da instalação crescente de data centers de grande porte, que transformam o estado em ponto estratégico para a infraestrutura digital da América Latina;
- Em Pernambuco, além da fábrica da Stellantis, destacam-se o Complexo Industrial no Porto de Suape, o Porto Digital — um dos principais parques tecnológicos do país, referência em inovação e economia criativa — e a Hemobrás, que consolida o estado como polo de biotecnologia e saúde pública;
- No Rio Grande do Norte, investimentos em energia eólica e solar já fazem do estado um dos líderes nacionais em geração renovável;
- No Maranhão e no Piauí, crescem projetos ligados à mineração sustentável, biocombustíveis e produção agrícola de base tecnológica.
O futuro da inovação brasileira não está apenas no que move os carros — mas em como e onde se decide mover o próprio país: de norte a sul, de leste a oeste, com todas regiões incluídas no processo em curso do desenvolvimento do Brasil: e essa efervescência aponta para um novo capítulo no desenvolvimento brasileiro — um Nordeste que não apenas resiste, mas inova, lidera e transforma a economia do país.