O Brasil tem vivido, nos últimos anos, sob o assombro de um movimento de extrema direita vociferante, agressivo, antidemocrático e socialmente destrutivo – representado pelo bolsonarismo.
Alimentado pelo ódio, pela mentira e pela desinformação em massa, esse movimento transformou parte da política brasileira em um teatro grotesco, onde a ignorância é celebrada, a violência é banalizada, e a vida do povo é desprezada.
Mas, além de tudo isso, há uma marca ainda mais profunda e perigosa, nesse movimento — o entreguismo:
- A extrema direita brasileira não apenas despreza o povo;
- Ela também despreza a soberania nacional;
- E o bolsonarismo, atuando como linha auxiliar dos interesses estrangeiros, desmontando a indústria, enfraquecendo o Estado, privatizando riquezas estratégicas, atacando a ciência e sabotando qualquer projeto de desenvolvimento autônomo, prefere servir a potências externas do que afirmar a independência do Brasil.
O ano de 2026 pode ser um marco histórico no processo de enfrentamento desse projeto de caráter neofascista e agora pode ser o momento no qual iremos construir e consolidar as condições para restaurar, com força e clareza, um caminho civilizatório para o país.
Mas essa esperança não se realiza sozinha — a extrema direita não será derrotada apenas por sua própria decomposição — é necessário enfrentá-la em todas as frentes, institucional, eleitoral, cultural e simbólica:
- Esse é um processo que precisa ser construído com consciência política;
- Mobilização social e ação estratégica.
É fato que o bolsonarismo e seus satélites vêm acumulando desgastes. Os escândalos de corrupção, a tentativa de golpe em 8 de janeiro, a incompetência diante da pandemia, o negacionismo econômico e ambiental, o desmonte da educação e da cultura — tudo isso começa a cobrar um preço:
- O mito se desfaz, a farsa se expõe, mas o bolsonarismo é mais do que um nome, um movimento banal;
- O que está por trás dele, é uma estrutura de poder que opera em redes, igrejas, quartéis, gabinetes, influenciadores digitais e segmentos da elite econômica e, portanto, ele não desaparecerá sozinho — sua derrota depende de ação coordenada.
É preciso entender que ainda é necessário e urgente ampliar e consolidar uma frente ampla de defesa do Brasil — democrática, progressista e popular:
- As disputas internas do campo progressista não podem enfraquecer o combate ao protótipo do fascismo no Brasil;
- E a eleição de 2026 exige unidade estratégica.
O bolsonarismo corrompeu valores, atacou a ciência, criminalizou o pensamento crítico. É hora de reconstruir, portanto, o tecido simbólico do país – investir em arte, cultura, educação política, debates públicos e formação cidadã.
Não há discurso de ódio que sobreviva ao avanço da dignidade:
- E, se o governo Lula continuar entregando emprego, comida, moradia, educação e saúde;
- Os setores hoje seduzidos pelo discurso extremista poderão reencontrar na democracia o que haviam perdido – esperança.
Mas, num contexto onde a máquina de fake news é a principal arma da extrema direita, é necessário trabalhar intensamente para romper esse ciclo que exige regulação das plataformas digitais, responsabilização de quem propaga mentiras e fortalecimento da comunicação pública e comunitária:
- A verdade precisa ter voz, e as periferias, o interior do país, a juventude e os trabalhadores não podem ser abandonados à lógica da desinformação ou da ausência do Estado;
- A política progressista precisa voltar a olhar nos olhos, escutar e disputar consciências de forma direta.
Além disso, não existe possibilidade de construir uma base sólida na democracia com impunidade. Os responsáveis pelo golpismo, pelos atos de sabotagem institucional, pelas ameaças à República e pela incitação à violência precisam ser julgados e punidos:
- A Justiça deve ser firme;
- Não vingativa, mas exemplar.
Enterrar o bolsonarismo é mais do que vencer uma eleição — é devolver ao povo brasileiro o direito de sonhar com um país justo, solidário e civilizado:
- 2026 pode ser o ano em que o Brasil enterra de vez esse projeto neofascista, vulgar e violento, mas isso dependerá da nossa capacidade coletiva de mobilizar, conscientizar, unir e agir agora;
- A democracia não se defende sozinha;
- E não se vence o ódio com hesitação.
Que o escrutínio de 2026 não seja apenas mais uma eleição — que seja o ritual de passagem de um Brasil desfigurado para um Brasil reencontrado consigo mesmo:
- Um país que enterre o ódio e semeie a esperança;
- Que derrote o medo com direitos, e o extremismo com justiça social.
O fascismo só avança quando a democracia recua. Não haverá segunda chance para reconstruir o futuro se agora formos tímidos diante da urgência:
- Sob o bolsonarismo, o Brasil sofreu a maior crise econômica da sua história recente, com crescimento abaixo de 1% ao ano;
- Aumento recorde do desemprego que ultrapassou 14 milhões de pessoas, e o aprofundamento da fome, com mais de 33 milhões de brasileiros vivendo em situação de insegurança alimentar grave;
- Além disso, o desmonte das políticas ambientais resultou no avanço do desmatamento na Amazônia, que bateu recordes históricos, enquanto a pandemia de Covid-19 deixou um rastro de mais de 680 mil vidas perdidas, em grande parte devido ao negacionismo e à demora na vacinação.
Enfim, o ataque sistemático à ciência, à educação e às instituições públicas, somado à perpetuação da desinformação, agravou a desigualdade social e corroeu a confiança da população no Estado — efeitos que precisamos superar urgentemente para reconstruir o Brasil.
Ou seja, em 2026, o Brasil precisará escolher se quer continuar refém de um passado sombrio ou se finalmente abrirá caminho para o surgimento de um novo ciclo histórico — popular, soberano e verdadeiramente democrático. E isso, ainda que tarde, precisa começar agora.