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Guerra para que? Façam amor à Vacinação Universal e façam o Comércio&Paz! Simples assim…

Por Rogerio Lessa Benemond e Helio Pires da Silveira

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Helio Silveira
Helio Silveira
Helio Pires da Silveira - Nascido em 1952 (mesmo ano da criação do BNDES)-Economista aposentado do BNDES: de 1977 a 2012, dos quais nos últimos 6 anos participou da Diretoria da AFBNDES: de 2006 a 2010 como Vice-presidente e 2010 a 2012 como Diretor Institucional e de Comunicação.

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Durante o ano de 2020, preocupados com o Covid 19 no mundo, mostramos nossos receios e fizemos sugestões baseadas na teoria das Finanças Funcionais, já conhecidas e que tirou o mundo da Crise de 2008. De fato, os Estados usaram as emissões monetárias emergenciais; uns mais e outros menos, de certa forma minorando, em pequena parte a questão. Em 02 de março de 2021, vimos que Putin da Rússia e Xi Jinping da China, no Fórum Econômico Mundial- realizado de forma virtual- expressaram também as nossas mesmas preocupações (https://paraiso-brasil.org/2021/03/02/xi-jinping-e-putin-confirmam-expectativas-do-debate-civilizatorio-pos-covid-redencao-ou-barbarie/).

Xi Jinping e Putin no comando de seus países têm se mostrado eficientes (a China de forma relevante e Rússia de forma satisfatória) no combate à pandemia bem como nos resultados econômicos.

O mundo econômico, hoje, tem procurado atuar em blocos, a exemplo da União Europeia, da OPEP, ASIAN, CELAC (e o nosso superbloco BRICS-  (https://paraiso-brasil.org/2021/12/08/o-chanceler-do-superbloco-brics/), para juntar suas complementariedades, ganhando em eficiência e produtividade. É um bom exemplo: juntos, países têm se saído melhor do que de forma isolada, principalmente na pandemia.

O Comércio Internacional deveria ser um jogo de Ganha/Ganha, como sugerido por Xi Jimping e Putin, em Davos, ao conclamar os EUA para a multipolaridade das nações; entretanto, infelizmente, ao longo da história o que vemos é a competição entre nações. Ao invés do comércio&paz vemos a disputa do jogo do poder e de liderança (hegemon)!

Entretanto, em janeiro de 2021, China e Rússia têm atuado de forma parceira: elas propuseram um novo acordo. A China (junto com a Rússia) propôs ao mundo sua aliança comercial denominada Belt and Road Initiative-BRI (https://www.google.com/search?q=quantos+paises+participam+do+belt+and+road+initiative&oq=quantos+&aqs=chrome.1.69i57j35i39j0i131i433j0i512j0i131i433j0i512j69i65l2.8340j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8). Já são mais de 170 acordos de cooperação. Por exemplo, o acordo Regional Comprehensive Economic Partnership- RCEP assinado por 15 países da Ásia-Pacífico entrou em vigor em 01 de janeiro de 2022, criando o maior bloco comercial do mundo. Isto deveria ser um exemplo de integração econômica mundial, deveria ser um exemplo de interação, comércio e paz. Entretanto, o que vemos? Ao invés de paz, vemos um aumento de provocações e escalada de atritos. Por parte de quem? O inusitado é que por seu maior comprador, sim, os EUA! O mesmo país que, em 1972, através de Nixon e assessorado por Henry Kyssinger visitou a China com o “propósito” de promover uma aproximação “Comércio&Paz”. Na verdade geopoliticamente o sentido era fortalecer a China “dita atrasada” para desequilibrar politicamente a então URSS. Só que ao fazer isso despertou o “dna” do Império Chinês de 5000 anos de história. Os EUA atiraram no que viram e acertaram no que não viram! A China sem pressões dos EUA despertou de seu torpor e ascendeu ao Império Industrial/Comercial de hoje! Leiam só: a China acabou de divulgar suas estatísticas do comércio exterior de 2021(https://www.brasil247.com/economia/comercio-exterior-da-china-atinge-novo-recorde-em-2021-rwbb7cp0).

Seu comércio exterior ultrapassou US$ 6 trilhões, apesar da pandemia de COVID-19 continuar pesando no comércio global. Destacamos: “As importações e exportações do país com seus três principais parceiros comerciais – Estados Unidos, ASEAN, União Europeia – cresceram 19,7%, 19,1% e 20,2%, respectivamente.”

Do texto salienta-se, também, que a China foi a primeira a se recuperar do choque econômico da pandemia; exportou eletrônicos e produtos necessários: respiradores, medicamentos, materiais médicos, centenas de milhões de máscaras faciais, roupas de proteção, kits de teste e doses de vacina fornecidas à comunidade global desde o surto de COVID-19; com isso ajudou a combater a pandemia e facilitou a recuperação econômica global.

E as importações do país também deram um impulso às economias de todo o mundo que ainda estavam sofrendo com a pandemia. Desde 2009, o país se tornou o segundo maior importador do mundo.

Quanto à Rússia, a UE depende do seu gás natural para aquecimento e sua indústria!

Então por que os EUA criam conflitos políticos com dois grandes parceiros? Estadunidenses amam comprar produtos “made in China” e europeus precisam do gás russo! Se, por hipótese, os estadunidenses eliminassem, por completo, a compra dos produtos chineses e proibissem os europeus de comprar produtos chineses e russos veríamos imediatamente uma estagflação a nível mundial comparável, ou até pior, a estagflação do Choque (de oferta) do Petróleo de 1973! É isso que queremos? Além de um choque econômico, mais pandemia, falta de vacinas criando novas cepas (como a última ômicrom) ainda corremos o risco de ver ameaças bélicas?

E quem provoca esta instabilidade? O povo estadunidense? Evidente que não!

O Presidente Eisenhower pediu, em 1961, na sua despedida do governo, ao povo estadunidense, que ficasse alerta com a indústria do complexo militar; muito poder (até bélico) em poucas mãos poderia acarretar riscos mundiais (https://www.brasil247.com/mundo/biden-diz-que-china-nao-ultrapassara-eua-como-lider-global). Naquela ocasião, o muito poder na mão de poucos ainda tinha um atenuante, o setor industrial ainda estava na fase produtiva de bens reais. De lá para cá, o poder real e o econômico se concentraram ainda mais, até ao ponto da indústria do complexo militar se transformar em indústrias digitais (“bigtechs” com seus algoritmos) e o capital se financeirizou em liquidez extrema e oculto em fundos ao portador. A concentração deste setor e seu poder invisível é o que provoca toda esta instabilidade geopolítica. Diante de dois oponentes unidos, fortes e também poderosos, o hegemon estremece e passa a provocar escalada de tensões geopolíticas. Voltando a 1961, com a saída de Eisenhower, acontece a “crise dos mísseis”, em Cuba, em outubro de 1962. Ali, Nikita Khrushchov, Primeiro Ministro da URSS, desloca mísseis nucleares para Cuba, em resposta à colocação de mísseis nucleares estadunidenses na Turquia. Foram 13 dias de alta ansiedade geopolítica até o bom senso voltar, com as negociações e retiradas dos mísseis. Mas, parece que lições não são aprendidas, e a humanidade fica em mãos de pequenos grupos poderosos  com capacidade de destruição de “n” vezes quando basta uma! O clima foi tão tenso que só o humor satírico de um cineasta genial, Stanley Kubrick poderia mostrar o ridículo da situação! De fato, Dr Strange Love (   https://www.youtube.com/watch?v=PYUZBy0GsEQ ), de 1964, retrata o que é a discussão interna de poderosos com o destino da humanidade nas mãos!

Agora, vamos aos fatos reais eliminando a Hipocrisia:

1-Ainda vivemos uma pandemia em um mundo globalizado; enquanto todos não forem vacinados, o desenvolvimento de novas cepas se propagará. As vacinas são seguras? Ainda não, mas elas foram o que tínhamos em tão pouco tempo graças à Ciência&Cientistas (dizia-se que precisaria de pelo menos 4 anos para uma vacina segura).

2-Se não vacinamos por amor à humanidade, então que seja, também, por pragmatismo econômico. Vacinar a maioria da humanidade e doar máscaras (deixando apenas o “resto” que não quer ser vacinado) significa retomar ao ciclo normal dos negócios. Os crescimentos serão surpreendentes (em se tratando apenas de recuperação dos ciclos normais dos negócios destes 2 últimos anos) diluindo os custos das vacinas e das máscaras.

3-Vamos fazer uma Campanha de Vacinação Mundial, vamos chamar a OMS à sua responsabilidade de Governança Global.

4- Vamos solicitar que os EUA sentem à mesa e participem da Campanha da Vacinação Mundial e da corrente de Comércio&Paz com a China, a Rússia e o Papa. Por quê? Porque os estadunidenses são os maiores compradores&parceiros mundiais dos produtos&serviços “made in China” e indiretamente participam de aquisição de petróleo&gás russos para sua economia. O povo estadunidense será muito beneficiado com o retorno dos negócios.

5- Vamos criar um novo Sistema Monetário Mundial “ um Sistema de Câmaras de Compensação&Liquidação” baseado em Keynes, em 1944, em Bretton Woods, só que ao invés do Bancor (moeda para o Comércio Mundial denominada por Keynes) dessa vez seria um Sistema Bimonetário baseado numa composição de Dólar e Yuan! O Sistema já nasce muito provavelmente estável (os chineses mantêm uma estabilidade do Yuan com o Dólar há muitos anos). A vantagem do Sistema de Keynes era que os recursos do comércio internacional ficariam no “caixa” do sistema e serviria para financiar desequilíbrios de déficits comerciais com recursos baratos, além de financiar projetos de exportação (agregação de valor) de países deficitários com o objetivo de equilibrar o sistema de comércio exterior. Se o objetivo de equilibrar “contas de transações correntes” fosse alcançado a teoria das Finanças Funcionais garantiriam que os países em desenvolvimento poderiam se desenvolver com suas próprias moedas soberanas.

6-Diante desta argumentação técnica/geopolítica pergunta-se “Guerra para que?”

Ps: Tem um líder mundial nato ocioso por aí! Poderia ser Chanceler do BRICS para essas negociações! Na mesa de negociações proposta está faltando ele com sua capacidade já demonstrada. Com certeza, diante da hipocrisia ele proporia: “softpower”, lucidez e paz. Bono Vox , em Londres, para os jornalistas, assim falou sobre ele :”depois da morte de Nelson Mandela, neste planeta, só existe uma pessoa capaz de conversar com branco e com preto; com rico e com pobre; com gordo e com magro. Essa pessoa é o Lula” (https://www.brasil247.com/brasil/tem-gente-aos-montes-as-baciadas-dizendo-que-estou-trabalhando-para-o-moro-reage-fernando-morais-contra-cancelamento).

Rogerio Lessa Benemond –  Jornalista Econômico da AEPET

Helio Pires da Silveira – Economista aposentado do BNDES

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