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Fechamento do balanço

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Paulo Metri
Paulo Metri
Paulo Metri é engenheiro, conselheiro do Clube de Engenharia e vice-presidente do CREA-RJ.

 

 

O pequeno parque perto da nossa casa fechou porque o balanço e outros brinquedos estão quebrados. Mas o principal mesmo é o balanço, uma vez que é o mais querido das crianças. Assim, o momento atual aflige as crianças da vizinhança e o “fechamento do balanço” é detestado.

O “fechamento do balanço” para um adulto pode ter também um significado tenebroso, principalmente para os contadores de empresas e os milionários. O pobre contador é, muitas vezes, acusado injustamente de ser corrupto ou de ceder a pressões indignas.

Contudo, o pior mesmo, é o significado para alguns idosos ou até mesmo para jovens, que estejam à beira da morte. Nesta hora, em algumas destas mentes passam arrependimentos por atos das suas vidas que trazem, hoje, desconforto.

Em geral, os que não sentem arrependimentos também não deixam legados sociais expressivos. Morrem achando que a vida foi um jogo, que foi “ganho” pelo que juntou maior poder e riqueza, repassados para os descendentes.

Também, muitos dos jovens, quiçá a totalidade, pensam que são imortais e, assim, não querem saber dos ditos dramas existenciais. Desta forma, um consciente “fechamento do balanço” com evolução social positiva por estes humanos é difícil.

Ser especial é aquele que tem quase nenhum arrependimento e deixa legado social expressivo. São os heróis da espécie. Muitas vezes, só eles mesmos sabem o quanto especiais são.

Existem épocas em que eles aparecem mais, como no período da Revolução Francesa ou, em 1948, quando foi aprovada pela ONU a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Habitamos a Terra há milênios e nossa evolução humanística é lenta e tende a ser dependente dos nossos heróis. Assim, nossa espécie, neste passo, poderá destruir a própria Terra e, com isso, a si própria.

A outra possibilidade é a humanidade tender a se autodestruir, deixando o planeta para as solidárias baratas.

20/04/2023

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