A chiadeira da mídia reacionária conservadora contra o presidente Lula nesta semana tem motivo forte: a vitória previsível em 2024 nas eleições municipais e o consequente fortalecimento da base eleitoral lulista para garantir reeleição de 2026, graças a colocação do PAC na Rota da Seda, com a China, e a retomada soberana dos investimentos da Petrobrás na refinaria Abreu e Lima, no Nordeste.
A presença do chanceler chines, Wang Yi, na capital, para ampliar relações comerciais e políticas Brasil-China, lança luzes negras sobre a Argentina.
É demonstração de que XI Jinping abandona Buenos Aires e abraça Brasília, como o destino do dinheiro chinês, no maior país da América do Sul, depois que Javier Milei desconsiderou a China como soberana sobre Taiwan, para agradar Washington.
Wang Yi, portanto, representa garantia de novos investimentos em infraestrutura, indispensáveis à industrialização brasileira, do mesmo modo que alcançam esse mesmo objetivo – o de industrializar o país – os investimentos da maior empresa estatal, no Nordeste, retomando obras paralisadas desde o golpe neoliberal de 2016, com impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que preparou caminho para o bolsonarismo fascista.
Relações bilaterais fortalecidas
O destino do agronegócio que se fortalece pelas exportações de grãos para a China, a coroação do PAC lulista como integrante da vanguarda desenvolvimentista chinesa, no mundo, por meio da Rota da Seda, e a Petrobrás revigorada pela maior produção de óleo diesel refinado, criam expectativas para a economia brasileira em 2024, revertendo pessimismo que campeia pela mídia neoliberal antinacional.
Afastam-se programações neoliberais que dão as cartas na petroleira estatal, favoráveis às privatizações sob orientação alienígena, dada pelo bolsonarismo fascista entreguista, amplamente apoiada pela mídia americana fantasiada de cores tupiniquins contra a soberania nacional.
Ao mesmo tempo que se aproxima do seu maior parceiro comercial e, simultaneamente, aliado nos BRICs, do qual Brasil e China fazem parte, Lula irrita, profundamente, o poder midiático antinacional pró-Washington, ao elogiar Getúlio Vargas, e acusar o Departamento de Justiça dos Estados Unidos de ter agido por trás em apoio à Operação Lava Jato.
Historicamente, a Lava Jato exercitou o papel de Joaquim Silvério dos Reis, como braço direito da justiça americana ao forjar denúncias de corrupção que se transformaram, nos Estados Unidos, em motivo de ataques judiciais contra a estatal brasileira, por intermédio de multas bilionárias.
O resultado abalou planos de investimentos da empresa e, ao mesmo tempo, condenou à morte suas prestadoras de serviços, abrindo espaço às concorrentes internacionais, no mercado de petróleo brasileiro.
Desinvestimento em forma de privatização forçada, desemprego, queda de faturamento e quebradeira das prestadoras de serviço, produziram bancarrota na engenharia nacional, fragilizando-a em relação às concorrentes americanas que tomaram seu lugar no empreendimento estatal.
Crime de lesa-pátria.
Assalto imperialista
Tratou-se, nada mais nada menos, de assalto imperialista sobre a economia brasileira, objetivando derrubar PT – que, no poder, descobriu a bacia petrolífera do pré sal –, por meio de manobras políticas, jurídicas e midiáticas, todas sintonizadas com o movimento lavatista apoiado por Washington.
A história da Operação Lava Jato, que, no Brasil, foi escrita, em sua maior parte, por escribas da mídia conservadora, lançando mão de provas – falsas – oferecidas pelos juízes de Curitiba, coordenados por Sérgio Moro, mereceu atenção internacional.
Investigados isentos, no foros internacionais, colocaram em pratos limpos a ação imperialista americana sobre a economia brasileira, dinamizada, sobretudo, pela produção de petróleo, sem a qual inexistiria qualquer vestígio de indústria nacional.
Em seu livro “Arapuca estadunidense: uma Lava Jato Mundial”, Editorial Kotter, 2021, Frédéric Pierucci e Matthiei Aron detalham os mecanismos de ação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para judicializar ação contra a multinacional Alstom, gigante francesa da energia nuclear, eletricidade e transporte, maior concorrente da General Eletric no mundo.
A tarefa da justiça americana foi a de fazer, contra a Alstom, o mesmo que foi feito com a Petrobras pela Operação Lava Jato: forjar provas contra a empresa, listada na bolsa americana e submetê-la, em consequência, à legislação dos Estados Unidos, tornando-a alvo de agressões jurídicas discricionárias por parte dos procuradores americanos.
Feito isso, o Departamento de Justiça prendeu, em solo americano, diretores da Alstom e expediu multas bilionárias seguidas, intermitentes, abalando financeiramente a empresa francesa em todos os mercados, no mundo, em que atuava, fazendo concorrência com a General Eletric, até que, nos Estados Unidos, perdeu direito de atuar etc.
Sabotagem contra Petrobrás
Mutatis mutandis, no Brasil, a Lava Jato, comandada por Moro, amplamente, apoiado pela mídia americana travestida de verde-amarelo(Globo, Folha, Estadão etc), atuou como carrasca da Petrobras, impondo-lhe pesadas multas internas, perseguição às empresas prestadoras de serviço à estatal petroleira e, no plano internacional, dando guarida à ação judicial do Departamento de Estado americano para baixar punições tributárias pesadas contra a Petrobras.
Consequentemente, tal perseguição imperialista abalou seu patrimônio e de suas aliadas comerciais, tanto no mercado interno quanto internacional, enquanto prendia executivos da empresa, no Brasil e no exterior etc.
As denúncias de corrupção produzidas pela Operação Lava Jato e na sequência ações judiciais que produziram efeitos na justiça dos Estados Unidos prepararam o campo para destruir as empresas prestadoras de serviços à estatal brasileira, algo que aconteceu com outras multinacionais pelo mundo afora, como destacam os autores franceses, executivos da Alstom.
Essencialmente, a judicialização americana é fator aditivo essencial da ação imperialista dos Estados Unidos, no mercado empresarial, em escala internacional, para combater concorrentes das empresas dos Estados Unidos, mediante aplicação de multa bilionárias.
Empresas francesas, belgas, turcas, inglesas etc. foram, segundo Frédéric Pierucci, ex- executivo da Alstom, preso nos Estados Unidos e submetido a julgamento que detalha em forma de tortura psicológica intensa, foram alvos dos procuradores do Departamento de Justiça americano, colegas dos procuradores brasileiros empenhados na mesma tarefa antinacionalista de destruição do patrimônio nacional.
Portanto, quando Lula, com as informações que agora dispõe, acusa o Departamento de Justiça dos EUA de tentar destruir a Petrobrás para facilitar a sua privatização, sabe do que está falando, enquanto levanta a ira dos editorialistas da mídia tupiniquim empenhada em defender os interesses de Tio Sam a qualquer custo.
Qual é a sua opinião sobre isso? Comente.